A qualidade da iluminação nas escolas desempenha um papel fundamental no desempenho, produtividade e bem-estar dos alunos. É fundamental que a iluminação seja distribuída de maneira adequada para atender às diversas atividades realizadas na escola e que seja confortável para os diferentes usuários, levando em consideração suas necessidades individuais. Além disso, a exposição à luz natural e a conexão com o ambiente externo são aspectos importantes para a saúde e o bem-estar das crianças.
Avaliações de ambientes escolares frequentemente identificam problemas relacionados à iluminação, como sua insificiência, falta de reflexão de luz devido a acabamentos escuros ou paredes sujas, cortinas fechadas em dias ensolarados e problemas de ofuscamento (KOWALTOWSKI, 2011).
De acordo com um artigo que resume as tendências em iluminação para ambientes escolares nas últimas décadas (ANGELAKI, BESENECKER e DANIELSSON, 2022), a iluminação natural em salas de aula tem sido principalmente considerada em termos de eficiência energética, com foco na redução do consumo de energia elétrica ao longo do ano letivo. Em relação à iluminação artificial, a principal mudança tem sido a substituição das luminárias fluorescentes por fontes de luz LED. No entanto, os estudos até o momento têm se concentrado principalmente em diferentes fontes de luz e luminárias de teto, seguindo um padrão regular de distribuição. Mesmo quando o layout das salas de aula é diferente, a distribuição da iluminação geralmente segue o mesmo padrão, sem explorar outras soluções ou posicionamentos alternativos.
A revisão sugere a realização de testes com diferentes layouts de iluminação em salas de aula, a fim de atender às diversas atividades realizadas pelos alunos, como leitura em livros, uso de laptops e tablets. Além disso, é importante considerar que cada aluno tem necessidades diferentes, e as novas tendências pedagógicas exigem um layout adaptado e personalizado. Portanto, é necessário repensar o design da iluminação nas salas de aula para atender a essas novas demandas e arquiteturas, levando em consideração também as necessidades de inclusão para alunos especiais.
Como exemplo, o FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) disponibiliza em seus catálogos técnicos uma publicação intitulada “Espaços Educativos Inovadores” que apresenta referências de projetos de salas de aula que abrangem diversas atividades em um único espaço. Na Escola Infantil Parque Helena, em São Paulo, por exemplo, é adotado um layout diferenciado, com áreas designadas para o uso de computadores, mesas de estudo com layouts variados, bancos e tapetes para atividades no chão. No entanto, observa-se que, infelizmente, a iluminação não acompanha essa diversidade de usos.
Em um estudo realizado com crianças, foi constatado que elas têm preferência por ambientes bem iluminados e com vistas para elementos naturais da paisagem (VÁSQUEZ, PEREIRA e KUHNEN, 2018), como mencionado no parâmetro Otimizando vistas para o exterior.
Basílio (2021) compilou e agrupou quatro categorias de questões relacionadas à iluminação natural para criar uma lista de verificação para avaliação de edifícios educacionais. Essas categorias são: desempenho luminoso do ambiente interno, eficiência energética do edifício, integração entre o ambiente interno e externo, e dinâmica da luz. Podemos estabelecer uma relação entre essa lista de verificação e os parâmetros desta ferramenta, além de acrescentar alguns outros conceitos relevantes:
Desempenho luminoso do ambiente interno:
Eficiência Energética da edificação:
Integração ambiente interno e externo:
Dinâmica da luz:
205. Vegetação | 312. Espaço de transição | 401. Hierarquia luminosa |
404. Contrastes | 407. Mosaico de luz e sombra | 410. Luz filtrada |
São necessários estudos adicionais para avaliar diversas opções de distribuição de iluminação elétrica e sua conexão com as novas abordagens pedagógicas, além de explorar a adaptação da iluminação às necessidades específicas das crianças. É fundamental promover o uso da luz natural do dia, não apenas por razões energéticas, mas também pelos benefícios que proporciona à saúde e ao bem-estar dos alunos, levando em consideração suas necessidades biológicas.