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008. Necessidades biológicas

Conforme mencionado no parâmetro de projeto Objetivos do Projeto Daylighting, existem metas específicas para atender às necessidades biológicas relacionadas ao bem-estar físico e psicológico, segurança e visibilidade dos indivíduos.

“Um bom ambiente luminoso nos possibilita fazer o que queremos fazer e nos faz sentir bem enquanto o fazemos.”

LAM, 1977.

A complexidade para atender a todas as necessidades do Projeto Daylighting torna o processo desafiador. Se as metas forem simples, o processo também será mais simples. Quando o objetivo se limita a alcançar um certo nível de iluminação, os resultados podem ser medidos quantitativamente e os conceitos podem ser explicados por meio de simulações e cálculos. No entanto, quando os objetivos incluem a tentativa de satisfazer as necessidades humanas, se torna complexo. As pessoas possuem necessidades e valores que muitas vezes são sentimentos, derivados do inconsciente e de difícil precisão.

Lam (1977) definiu os requisitos de um sistema de iluminação orientado para a percepção, abordando dois grupos principais de necessidades. O primeiro grupo refere-se às necessidades de tarefas, como leitura, escrita, uso de computadores, corrida, caminhada, manipulação de máquinas ou qualquer outra atividade específica. O segundo grupo diz respeito às necessidades biológicas, que envolvem aspectos inconscientes fundamentais para o bem-estar relacionado ao ambiente visual. Nossa avaliação subconsciente de um espaço dependerá do quão facilmente podemos encontrar as informações que buscamos.

Para assegurar um ambiente saudável e propício ao bem-estar, é crucial atender às necessidades biológicas essenciais. Abaixo estão listados os principais pontos a serem considerados no projeto:

  1. Localização: Conhecer o espaço, rotas de fuga, possíveis perigos, saídas de emergência e a localização dos sanitários.
  2. Clima: Garantir condições de abrigo adequadas e vestimentas apropriadas para a temperatura do ambiente.
  3. Seres vivos: Considerar a presença de plantas, animais e outras pessoas, pois eles podem afetar a qualidade do ar, a acústica e os níveis de estresse.
  4. Território: Definir fronteiras e limites do espaço interno para proporcionar privacidade e segurança.
  5. Oportunidades de relaxamento: Estimular a mente, o corpo e as sensações para promover a saúde e o bem-estar.
  6. Locais de refúgio: Disponibilizar locais de abrigo em caso de perigo percebido.
  7. Conforto visual: Assegurar uma quantidade adequada e distribuição equilibrada de luz natural e artificial, pois isso pode influenciar o humor e o desempenho das pessoas no ambiente.
  8. Foco nas atividades: Criar um ambiente propício para a concentração em tarefas, minimizando distrações e perturbações.
  9. Conexão com o exterior: Considerar a percepção do ambiente externo, a hora e a luz do dia disponível, pois isso pode afetar o relógio biológico e a saúde em geral.

Segundo Lam (1986), uma vez que essas necessidades estejam atendidas, o usuário se sente confortável no ambiente. Este processo ocorre de forma inconsciente, à medida que o usuário entra no espaço e procura as informações que precisa, e que atendam suas expectativas. No entanto, quando essas informações não são encontradas ou são ambíguas, isso gera tensão e sentimentos de insegurança. A clareza das informações visuais é fundamental para proporcionar bem-estar. Informações imprecisas ou inadequadas podem gerar distrações e até mesmo riscos à integridade física.

Referências:

GUZOWSKI, Mary. Daylighting for Sustainable Design. 1 edition. New York: McGraw-Hill Professional, 1999.

LAM, William M. C. Perception and Lighting as Formgivers for Architecture. 1St Edition edition. New York: McGraw-Hill Inc.,US, 1977.

LAM, William M. C. Sunlighting As Formgiver for Architecture. 1St Edition edition. New York: Van Nostrand Reinhold, 1986.

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