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206. Ofuscamento urbano

Fachadas refletivas e especulares têm sido amplamente adotadas nos grandes centros urbanos. No entanto, é importante ter em mente que essas fachadas podem causar o efeito indesejado de ofuscamento. A luz solar refletida pode gerar um brilho desconfortável para os usuários do entorno, incluindo ocupantes de outros edifícios, áreas paisagísticas e também pode representar um problema de segurança viária, aumentando o risco de acidentes.

O problema do ofuscamento urbano ocorre principalmente em fachadas curvas ou inclinadas de edifícios com alta especularidade e refletividade. Quando a luz solar incide sobre uma fachada especular, ela é percebida como uma fonte de brilho intenso, causando desconforto visual e térmico.

Enquanto superfícies opacas, como gesso ou concreto, distribuem a luz de forma mais uniforme em todas as direções, superfícies brilhantes refletem a luz em uma direção específica, concentrando-a intensamente. Alguns problemas de ofuscamento podem ser evitados simplesmente alterando-se o ângulo da superfície ou utilizando materiais diferentes. Vidros de janelas e espelhos são exemplos comuns de materiais especulares.

Existem relatos de problemas de ofuscamento urbano em grandes centros, resultando em danos a outros edifícios, áreas paisagísticas, pedestres e veículos (SHIN e HUANG, 2001, DANKS, GOOD e SINCLAIR, 2016 e ZHU, JAHN e REIN, 2019). Por esse motivo, tem havido uma crescente preocupação em relação a esse tema, especialmente em cidades densamente construídas, com muitos edifícios altos e envidraçados.

Para identificar possíveis fontes de ofuscamento urbano, é importante verificar edifícios vizinhos com alta refletividade e/ou fachadas especulares que possam causar problemas de ofuscamento devido às trajetórias solares. Além disso, ao utilizar materiais brilhantes e especulares, é essencial considerar o movimento do sol para evitar o ofuscamento no entorno.

Referências:

DANKS, R.; GOOD, J.; SINCLAIR, R. Assessing reflected sunlight from building facades: A literature review and proposed criteria. Building and Environment, v. 103, p. 193–202, 1 jul. 2016.

SHIH, N.; HUANG, Y. A study of reflection glare in Taipei. Building Research & Information, v. 29, n. 1, p. 30–39, jan. 2001.

SUK, J. Y.; SCHILER, M.; KENSEK, K. Reflectivity and specularity of building envelopes: how materiality in architecture affects human visual comfort. Architectural Science Review, v. 60, n. 4, p. 256–265, 4 jul. 2017.

SUK, J. Y.; SCHILER, M.; KENSEK, K. Is Exterior Glare Problematic?: Investigation on Visual Discomfort Caused by Reflected Sunlight on Specular Building Facades. 30 maio 2016.

ZHU, J.; JAHN, W.; REIN, G.. Computer simulation of sunlight concentration due to façade shape: application to the 2013 Death Ray at Fenchurch Street, London. Journal of Building Performance Simulation, v. 12, n. 4, p. 378–387, 4 jul. 2019.

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