A orientação das vias desempenha um papel crucial na definição da volumetria dos edifícios a serem construídos. Ter essa compreensão desde o estágio inicial do projeto urbano pode facilitar a subdivisão dos lotes de forma a facilitar a implantação dos edifícios.
A quantidade de radiação solar visível disponível nas fachadas de um edifício depende das suas dimensões. Portanto, se o eixo principal do edifício estiver paralelo à rua, a fachada frontal terá potencialmente maior exposição solar do que se o eixo principal estiver perpendicular à rua.
Em ambas as posições, mas especialmente quando a edificação tem seu eixo principal perpendicular à rua, os recuos podem permitir a entrada de luz natural lateral. Os recuos são estabelecidos pelos códigos urbanos das cidades e determinam a distância entre o edifício e os limites do lote. Caso não seja possível ter recuos laterais, será necessário recorrer à captação de luz natural por meio de aberturas zenitais ou pátios.
A orientação das vias também desempenha um papel importante na captação de luz natural. No caso de vias orientadas leste/oeste, as fachadas principais dos edifícios estarão voltadas para norte e sul, o que facilita o sombreamento e a exposição à luz solar, atendendo aos requisitos de iluminação natural. Além disso, em muitos casos, as edificações vizinhas podem proporcionar proteção contra o sol mais baixo no início e no final do dia.
Já nas vias orientadas para norte/sul, as fachadas leste e oeste necessitarão de medidas de proteção contra o sol mais baixo, enquanto as fachadas norte e sul, com o auxílio dos recuos laterais, podem captar luz difusa.
Compreender a disponibilidade de luz solar no lote é uma etapa fundamental do processo de projeto. Com base nessa informação, é possível selecionar as melhores orientações para receber iluminação natural e identificar aquelas que devem ser protegidas.