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302.1 Orientação das aberturas laterais

A orientação das fachadas de um edifício desempenha um papel importante, especialmente quando se trata das aberturas nelas presentes. A distribuição adequada deve levar em consideração as variações nas diferentes orientações (para captar luz, direcionar ventos predominantes e considerar edifícios vizinhos), a fim de propor as melhores soluções de aberturas e dispositivos de sombreamento

A iluminação natural lateral é mais fácil de ser resolvida em climas predominantemente encobertos e em regiões de baixas latitudes, nas quais as alturas angulares do sol são mais elevadas em comparação com regiões de altas latitudes. Em climas quentes, onde se deseja sombreamento e redirecionamento da luz, é recomendado orientar as aberturas laterais para as fachadas norte e sul sempre que possível. No entanto, dependendo da latitude, as fachadas norte e sul também precisarão de proteção em horários específicos. Recomenda-se consultar o parâmetro da Carta Solar para mais informações.

Fachada Leste – 9h
Fachada Leste – 12h
Fachada Leste – 15h
Fachada Oeste – 9h
Fachada Oeste – 12h
Fachada Oeste – 15h
Fachada Norte – 9h
Fachada Norte – 12h
Fachada Norte – 15h
Fachada Sul – 9h
Fachada Sul – 12h
Fachada Sul – 15h
Simulação DiaLux EVO – ambiente retangular com aberturas voltadas para as quatro orientações (norte, sul, leste e oeste) em data específica (23 de setembro) para Latitude 23ºS (São Paulo, Brasil), céu claro, apenas com iluminação natural*.
*As áreas com polígono cinza são áreas com iluminação solar direta.

As aberturas voltadas para o quadrante leste recebem mais luz pela manhã, e as voltadas para o quadrante oeste recebem mais luz à tarde. Isso ocorre tanto para radiação direta (insolação) quanto para radiação difusa. No Hemisfério Sul, as aberturas laterais voltadas para o quadrante norte recebem radiação solar direta, enquanto as voltadas para o quadrante sul recebem radiação difusa, exceto no início da manhã e no final da tarde entre a primavera e o outono, quando podem receber alguma radiação solar direta.

É importante ressaltar que nem todas as aberturas podem ser direcionadas para o sul. Para controlar a radiação direta (insolação) uma alternativa eficaz é o uso de dispositivos de sombreamento. A taxa de abertura nas fachadas também influencia nas trocas térmicas, sendo recomendado evitar que mais de 50% da fachada seja envidraçada, o que pode gerar problemas térmicos em qualquer clima.

A iluminação lateral é mais facilmente trabalhada em edifícios estreitos. No caso de edifícios com plantas de maior profundidade, pode-se aumentar a altura do pé-direito ou utilizar dispositivos de redirecionamento da luz, como as prateleiras de luz. As aberturas laterais também possuem a vantagem de permitir que cada andar do edifício receba luz de forma satisfatória e tenha vista para o exterior.

A orientação correta das aberturas é um aspecto que deve ser considerado desde o início do processo de projeto. Uma orientação adequada pode facilitar as fases subsequentes, reduzindo a necessidade de dispositivos de sombreamento, indicação de materiais específicos e o custo total da obra.

Referências:

LAM, W. M. C. Sunlighting As Formgiver for Architecture. 1St Edition edition. New York: Van Nostrand Reinhold, 1986.

Simulações:

Software Dialux EVO – disponível em <https://www.dialux.com/en-GB/download>

Indicação de outros parâmetros