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014.1 Modelo Físico

Ao longo dos séculos, o modelo físico tem sido amplamente utilizado como uma estratégia para analisar vários aspectos da arquitetura, incluindo a iluminação natural. Ele representa uma extensão do desenho, oferecendo a vantagem da terceira dimensão, o que possibilita observações visuais e análise de volumetria. Embora a sua utilização tenha diminuído desde meados da década de 1970, à medida que a confiabilidade das simulações computacionais aumentou, ainda é uma prática comum nos ateliês de projeto e no ensino de arquitetura.

A utilização do modelo físico para estudos de iluminação desempenha um papel importante, pois permite análises da insolação, auxilia na definição da orientação dos volumes, na localização das aberturas e no detalhamento de elementos de proteção solar, como brises, prateleiras de luz e outros.

Diversos estudos comprovam a confiabilidade do modelo físico como uma ferramenta para a análise da iluminação natural. Isso ocorre porque o comprimento de onda da luz visível é extremamente reduzido, o que significa que não há distorção devido à escala reduzida. Assim, quando exposto às mesmas condições de céu do ambiente real, o modelo físico apresenta o mesmo padrão de distribuição de luz (LAM, 1986; ROBBINS, 1986; MOORE, 1991; PEREIRA et al., 2011; SCARAZZATO, 2018).

É importante tomar alguns cuidados ao criar a maquete para análise da luz, a fim de evitar distorções na avaliação. Essas precauções incluem:

  • Garantir uma representação o mais fiel possível das propriedades ópticas das superfícies do ambiente.
  • Considerar as condições do entorno ao construir a maquete.
  • Assegurar precisão dimensional na construção da maquete.
  • Escolher a escala adequada, de acordo com o objetivo da análise.
  • Criar aberturas específicas para a observação do ambiente interno, em vez de utilizar as aberturas do ambiente real, para não bloquear a entrada de luz.
  • Se necessário, bloquear a entrada de luz através do material utilizado na maquete, podendo ser encapada com material preto, conforme mostrado na imagem abaixo:

A seguir, estão disponíveis imagens comparativas do ambiente real e do modelo físico no estudo conduzido por Matos et al. (2022). Essas imagens evidenciam uma notável semelhança em termos de distribuição da luz e aparência das cores do ambiente.

Atualmente, observa-se o crescente uso de modelos físicos em conjunto com a técnica de Imagem HDR para análises de iluminação. O parâmetro Imagem HDR em modelos físicos tem sido explorado como uma abordagem complementar nesse contexto.

Referências:

LAM, W. M. C. Sunlighting As Formgiver for Architecture. 1.ed. New York: Van Nostrand Reinhold, 1986.

MATOS, Jessica Fonseca; PAVANI, Taísa; SCARAZZATO, Paulo. Imagem HDR de modelo físico: uma alternativa para avaliação qualitativa da iluminação natural no ensino de projeto. Gestão & Tecnologia de Projetos, v. 17, p. 131–144, 15 set. 2022. https://doi.org/10.11606/gtp.v17i3.187908.

MOORE, F. Concepts and Practice of Architectural Daylighting. New York: John Wiley & Sons Inc, 1991.

PEREIRA, F. O. R.; PEREIRA, R. C.; CASTAÑO, A. G. Quão confiáveis podem ser os modelos físicos em escala reduzida para avaliar a iluminação natural em edifícios? Encac 2011, v. 2011, n. Búzios, p. 10, 2011.

ROBBINS, C. L. Daylighting: design and analysis. New York: Van Nostrand Reinhold, 1986.

SCARAZZATO, P. S. Questões de luz na formação do arquiteto. 2018. Livre Docência –Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2018

 

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